sábado, 17 de setembro de 2011

Aprendendo com Zaqueu – Parte I

   Passeando pelo Evangelho de Lucas deparo-me com um personagem que muito me ensinou: Zaqueu. Homem rico da cidade de Jericó, chefe dos cobradores de impostos. Um maioral entre os publicanos. Querido pelos ricos, odiado pelos pobres; enfim um homem de sua época.
   Chama-me a atenção o fato de um homem rico, um homem de posição querer ver Jesus.
   Zaqueu tinha tudo. Dinheiro, bens e tudo o que o cascalho pode oferecer a um homem. Mais um aspecto que me leva a crer o poder e o dinheiro não são lá essas coisas todas.
   Ele sentia no seu íntimo que havia uma coisa que estava faltando, e na passagem de Jesus pelas redondezas, sentiu aquele vazio que ninguém sabe explicar de onde provém, mas que arrebata até aquele que se acha o “duro na queda”! O pobre rico chegava ao ponto em que o dinheiro já não satisfazia os seus anseios mais íntimos, e o vazio começava a tomar conta do seu interior.
   E a Palavra diz que Zaqueu desejava ver Jesus. Quantas vezes não desejamos nos encontrar com o Mestre? Quando nos vimos em sérios apuros, quando o dinheiro perdeu todo o seu valor e ficamos reféns do vazio que ele traz consigo? O desejo de conhecer Jesus é o primeiro passo para nos encontrarmos, assumirmos o leme do navio que está em alto mar à deriva.
   Mas não é fácil chegar até o Mestre. É preciso superar a multidão. As vozes contrárias que nos incitam a nos distanciar, a confiar nas comodidades do mundo e esquecer a "voz que clama no deserto. Na aridez de nossa vida e na insignificancia dos nossos passos. Uma voz que nos manda ficar onde estamos, que nos manda deixar de lado o encontro e seguir em frente fazendo de conta que vivemos.
   A baixa estatura de Zaqueu o impedia de se aproximar de Cristo, mas nem por isso ele se deixou derrotar. Seu desejo era tão intenso e urgente, que decidiu subir numa figueira. Dentre suas inúmeras representações a figueira alude a Israel, suas leis códigos e crenças. Membro de uma Sociedade extremamente preconceituosa e legalista, Zaqueu, para encontra-se com Cristo, coloca-se acima de tudo isso. Ele compreendeu que é preciso deixar visões antigas e preconceitos para poder se encontrar pessoalmente com seu Senhor. E por saber que só esse encontro poderia acabar com o vazio que estava sentindo, ele fica acima das leis e das práticas vazias de sua casta.
   Chegando onde Zaqueu estava Jesus o percebe. Olha pra cima e a partir daquele momento o convida a mudar de vida. Zaqueu desça depressa, porque hoje preciso ficar em sua casa. E imediatamente ele desce. E é aqui onde fico maravilhado com a história desse publicano. Jesus o chama pelo nome, pede que ele tenha pressa e diz que hoje precisa ficar em sua casa. Não ontem, não amanhã; mas hoje. É um convite atual, urgente, nominal, irremediável.
   E Zaqueu seguiu o Mestre. Nunca mais voltou a ser o publicano.
Continua...
William Ubirajara da Silva

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