quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Perguntas que os evangélicos não querem responder.


Por favor, alguém pode me explicar por que palavras como “paixão”, “fogo”, “glória”, “poder” e “unção” vendem muito mais CDs do que “graça”, “misericórdia” e “perdão”?

Por que aqueles que mais falam sobre “prosperidade” evitam sistematicamente textos como Tiago 2:5, I Timóteo 6:8 e Habacuque 3:17-18?

Por que se fala tanto em dízimo, defendendo-o com unhas e dentes, mas quase nada se fala sobre ter tudo em comum e outras coisas como “ajudar os domésticos na fé” e “não amar somente de palavra e de língua mas de fato e de verdade”? Em qual proporção a Bíblia fala de uma coisa e de outra?

Por que em Atos 4, quando os apóstolos foram presos, a igreja orou de forma tão diferente do que se ora hoje? Por que não aproveitaram a ocasião pra “amarrar o espírito de perseguição”, pra “repreender a potestade de Roma”, ou coisa semelhante?

Por que Atos 2:4 é muito mais citado como modelo do que era a igreja primitiva do que Atos 2:42?

Por que todo mundo sabe João 3:16 de cor, mas tão pouca gente sabe I João 3:16?

Por que 90% ou mais dos cânticos congregacionais modernos são na primeira pessoa do singular (EU), quando a proporção nos salmos é muito menor?

Por que todo mundo aceita que Jesus curou e colheu espigas no sábado, aceita também que Deus ordenou que seu povo matasse vários povos rivais, mas se escandaliza absurdamente quando alguém diz que Raabe fez certo ao mentir para preservar duas vidas? O que vale mais, em situação de conflito, que um soldado pagão saiba a verdade ou a vida de dois homens? Será que se Raabe tivesse dito a verdade, teria sido elogiada em Hebreus 11?

Por que quase tudo que se vende numa livraria cristã foi produzido nos últimos 50 anos, se nosso legado é de 2.000 anos de História do Cristianismo? O que aconteceu com os outros 19 séculos e meio?

Por que os cristãos creem que o homem foi nomeado por Deus como o responsável pela criação, e que tudo que Deus criou é bom, mas são os esotéricos os que mais lutam pela defesa do meio-ambiente?

Por que todos os ritmos de origem na raça negra até hoje são considerados por alguns como diabólicos?

Por que se canta tanto sobre coisas tão etéreas como “rios de unção” e “chuvas de avivamento”, ao passo que Jesus usava sempre figuras do cotidiano para ensinar, como sementes, pássaros e lírios?

Por que se amarra, todos os anos, tudo quanto é “espírito ruim” das cidades, fazendo marcha e tudo, mas as cidades continuam do mesmo jeito? Aliás, se os “espíritos ruins” já foram “amarrados” uma vez, por que todo ano eles precisam ser “amarrados” de novo?

Por que se canta todos os dias “Hoje o meu milagre vai chegar”? Afinal, ele não chega nunca? Que dia está sendo chamado de “hoje”?

Por que Jó não cantou “restitui, eu quero de volta o que é meu”, nem declarou ou amarrou nada, muito menos participou de “campanha de libertação” quando perdeu tudo?

Por que nós nunca vamos ao médico e pedimos, “doutor, dá pra queimar essa enfermidade pra mim por favor”? Por que então se ora pedindo isso pra Deus? Seria correto orar assim pra Deus curar alguém enfermo por causa de queimadura?

Por que não se faz um mega-evento evangélico, desses que reúnem um milhão de pessoas ou mais, pra fazer um mutirão para distribuir alimentos aos pobres ou ainda para recolher o lixo da cidade? Aliás, por que se emporcalha tanto as cidades com óleo e outras coisas nos tais “atos proféticos”? Não seria um melhor testemunho limpá-la ao invés de sujá-la?

Por que as rádios evangélicas tocam tanta coisa produzida por gravadoras ricas e nada produzido por artistas independentes?

Por que se faz apelo ao fim de uma “pregação” que não fez qualquer menção ao sangue, à cruz, ao arrependimento, ou sequer ao pecado?

Por que Deuteronômio 28:13 (“o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda”) é tão citado, ao passo que I Coríntios 4:11-13 (“somos considerados como o lixo do mundo”) ninguém gosta de citar?

Será que ninguém percebe que algo anda muito errado com o evangelicalismo brasileiro?

Eu só queria saber…

Compartilhado via Pulpito Cristão

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sacerdócio: Vocação ou Profissão?

   "A messe é grande, e são poucos os operários." Com essas palavras Cristo proclama a necessidade urgente de pessoas a serviço do Reino de Deus. Mas não são pessoas quaisquer que ele necessita; pois ele mesmo diz que "muitos são os chamados, porém, poucos os escolhidos."

   Diante da triste certeza que a nossa Igreja muito se distanciou dos ensinamentos de seu Mestre, o sacerdócio hoje, com raras exceções, não passa de  mera profissão. Status social que coloca o sacerdote em um patamar elevado e de onde raramente ele se digna a baixar os olhos sobre aqueles a quem devia servir. Pelo contrário, a coisa está tão as avessas que o ensinamento agora é outro: "vim não para servir, mas para ser servido."

   Na conversinha de administrar a paróquia o sacerdote já não visita mais o enfermo, já não atende mais as confissões - só na quaresma alguns ainda fazem isso, e olhe lá - já não têm tempo para uma conversa com o fiel precisado. E a consequência é uma Igreja árida, necessitada e bastante debilitada; sem ânimo, enfim, sem um pastor. E na grande maioria de casos, uma Igreja subserviente, às ordens de um tirano capistalista cujo fim é somente o dinheiro e cuja atenção são apenas os fiéis bons de bolso.

   Pena que o Evangelho já não é mais vivido por esses homens que buscam a fama, o poder e o mundanismo. Pena que nossos sacerdotes hoje sejam mais cantores pop, do que curas; pena que optem pelos palcos, ao invés dos confessionários; pena que valorizem mais quem tem dinheiro, enquanto os pobres morrem sem "extrema unção"; pena que esses clérigos só vejam o materialismo. Pena que tenham feito do sacerdócio uma simples profissão.

   E assim, a cena se repete e veremos tristemente as exclamações das bocas dos nossos padres, bispos, cardeais e seja lá o que for: "quanto ao senhor, Senhor João Grilo, vai ver agora o que é administrar. O senhor vai se arrepender de suas brincadeiras, jogando a Igreja contra Antonio Morais. Uma vergonha, uma desmoralização.!"

   Realmente, senhor bispo! Uma vergonha, uma desmoralização!

William Ubirajara