terça-feira, 17 de abril de 2012

Sacerdócio: Vocação ou Profissão?

   "A messe é grande, e são poucos os operários." Com essas palavras Cristo proclama a necessidade urgente de pessoas a serviço do Reino de Deus. Mas não são pessoas quaisquer que ele necessita; pois ele mesmo diz que "muitos são os chamados, porém, poucos os escolhidos."

   Diante da triste certeza que a nossa Igreja muito se distanciou dos ensinamentos de seu Mestre, o sacerdócio hoje, com raras exceções, não passa de  mera profissão. Status social que coloca o sacerdote em um patamar elevado e de onde raramente ele se digna a baixar os olhos sobre aqueles a quem devia servir. Pelo contrário, a coisa está tão as avessas que o ensinamento agora é outro: "vim não para servir, mas para ser servido."

   Na conversinha de administrar a paróquia o sacerdote já não visita mais o enfermo, já não atende mais as confissões - só na quaresma alguns ainda fazem isso, e olhe lá - já não têm tempo para uma conversa com o fiel precisado. E a consequência é uma Igreja árida, necessitada e bastante debilitada; sem ânimo, enfim, sem um pastor. E na grande maioria de casos, uma Igreja subserviente, às ordens de um tirano capistalista cujo fim é somente o dinheiro e cuja atenção são apenas os fiéis bons de bolso.

   Pena que o Evangelho já não é mais vivido por esses homens que buscam a fama, o poder e o mundanismo. Pena que nossos sacerdotes hoje sejam mais cantores pop, do que curas; pena que optem pelos palcos, ao invés dos confessionários; pena que valorizem mais quem tem dinheiro, enquanto os pobres morrem sem "extrema unção"; pena que esses clérigos só vejam o materialismo. Pena que tenham feito do sacerdócio uma simples profissão.

   E assim, a cena se repete e veremos tristemente as exclamações das bocas dos nossos padres, bispos, cardeais e seja lá o que for: "quanto ao senhor, Senhor João Grilo, vai ver agora o que é administrar. O senhor vai se arrepender de suas brincadeiras, jogando a Igreja contra Antonio Morais. Uma vergonha, uma desmoralização.!"

   Realmente, senhor bispo! Uma vergonha, uma desmoralização!

William Ubirajara

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